quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Cuidados com as nossas cobras

Cuidados com as nossas cobras 



Como vemos ultimamente, as cobras estão a ser mais populares e assim como passamos a ideia correcta que não são animais assim tão fáceis pelos requisitos que precisam, acho que às vezes também passamos a errada impressão, como acredito que tenha acontecido pela docilidade dos espécimes na Expo, que as cobras são muito dóceis e que não há perigos envolventes, por isso acho que devemos ter alguma disciplina no manuseamento e impormos regras a nós mesmos para evitar acidentes ou más experiências.

É muitas vezes ao tentar mudar a impressão sobre estes animais, atingimos o extremo oposto da impressão que passamos para quem não conhece, de que são um sonho de animal, o melhor pet, com escamas brilhantes e cores lindas e temperamentos fantásticos quando não é de todo isso.

Temos o caso da higiene que é básico a todos os animais, mas que é sempre bom lembrar, não devemos usar utensílios comuns ao nosso dia a dia, devemos ter especialmente e exclusivamente acessórios de limpeza para limpar os terrários e recipientes para agua destes animais, os répteis podem transmitir salmonelas logo o conceito de higiene deve ser respeitado como uma regra a não quebrar. As mãos devem ser sempre lavadas antes de manusear para não contaminarmos o animal, principalmente em crias que são menos resistentes a nível imunitário, e depois de manusearmos o animal como como nossa prevenção; quem tem múltiplos animais também deve fazê-lo entre o manuseio de cada... isto eu não faço, é um mau exemplo mas fica escrito o bom exemplo.



Também como questão de segurança, não convém mexer em alimento e ir colocar a mão dentro do terrário, pois pelo bom olfacto das nossas amigas e temperatura da nossa mãos, podemos ter uma má experiência e até magoar o animal, pois é provável que confundindo com alimento não morda e volte atrás para próxima investida em defesa, mas morder e segurar a suposta presa, pode não ser uma muito má experiência para nós, mas será muito stressante para a cobra. Também nunca devemos confiar demais nos nossos animais que enquanto pequenos não provocam dano numa dentadita, mas em grande e em certos pontos do nosso corpo pode doer mais, uma dentada é uma dentada, ninguém gosta de levar... por isso uma das regras é nunca dar espaço de manobra a uma serpente aproximando-a do nosso rosto...elas não são gatinhos nem cãezinhos, dispensam na boa os nossos beijinhos e xi-corações.

Muitas serpentes também só mostram agressividade como defesa quando lhes invadimos o território para as retirarmos e manusear, ou para mudarmos a água e fazermos a manutenção rotineira do terrário, geralmente quando lhes pegamos, que deve ser feito com gestos precisos e sem excitações, que depois nas nossas mãos as coitadas, desprovidas de pés e mãos, ficam mais preocupadas em arranjar pontos de apoio para não cair, do que em defender-se mordendo.



Não devem ser agarradas, devemos apenas conduzi-las com as mãos e deixá-las deslizar nas mãos sempre sem gestos bruscos da nossa parte. Geralmente as serpentes são mais ariscas em cria pois só assim se safariam no estado selvagem que nos primeiros tempos seriam presas de todos os pequenos predadores, logo naquelas cabecitas tudo o que é maior que elas vai atacá-las e possivelmente comê-las, e nós estamos nesse grupo; crescendo com o correcto manuseio e respeito da nossa parte aprenderão a confiar e muito raramente se defendem pois deixamos de ser um perigo aos olhos delas se não forem provocadas a extremos, ou não cometermos nenhum erro relacionado com os concelhos já dados acima.
A nível de manuseamento também podemos usar acessórios, como pequenos ganchos, que podem ser improvisados ou mesmo ganchos profissionais; a vantagem dos ganchos para além de evitarmos o stress da cobra com a agressividade de uma mão enorme a invadir o terrário para a agarrar, é que como tem o cabo comprido não existe tanta aproximação, e elas deixam calmamente ser retiradas do terrário, levantando-as pelo meio com calma e levando-as até à nossa outra mão onde as pousamos, deste modo não ficam tão agitadas no início do manuseio.

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